quinta-feira, 9 de junho de 2011

Marcha fúnebre

Postado por Bruna Cristine às 21:25

Parecia uma melodia qualquer aos ouvidos alheios, Porém, era a marcha fúnebre. Ela decidira em meio a lágrimas e desilusões que ocorreram repetidamente, sem intervalos, e que se tornaram mais dolorosas a cada topada com a vida modificar alguns aspectos. Decidida a não se lamentar mais, desejou com todas as forças que lhe sobraram, esquecer, enterrar o que havia massacrado por todo esse tempo. Rasgou cartas que escrevera, cartas que recebera, apagou as belas mensagens que involutariamente não havia esquecido, tratou de erguer a cabeça porque doia andar com ela abaixada por muito tempo e riu, riu de todas as promessas que haviam-lhe feito, palavras bonitas e ensaidas, dos abraços sem amor, das brincadeiras sem graças, ela sorriu ao invés de chorar por tudo que havia machucado. E sem mais nem menos, a garota que todas encaravam indiferente havia se mostrado forte, e se transformara em uma mulher capaz de causar arrepios. Ao som da marcha fúnebre, enquanto enterrava seus sentimentos envelhecidos, suas mágoas escondidas, os presentes que ganhara em aniversários que não foram felizes, se desfez de tudo que a fazia mal e seguiu em frente em busca de tudo que ela havia perdido, na época que pensava que sentir dor era a única coisa a se fazer.

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