segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ser amado ou amar?

Postado por Bruna Cristine às 05:50 0 comentários
O amor é assim as vezes ganhamos, as vezes perdemos. É preciso saber resignar, é preciso saber quando devemos dar um passo atrás, isso também é amar; quando você sobra ou já ficou demais. Na vida, você se relaciona com muita gente o tempo todo, é preciso viver, se relacionar, escolher; escolher com quem queremos ficar, com quem não. O tempo todo estamos procurando algo, procurando um amor; e o amor está na ordem das coisas contrárias ao azar, se você tiver sorte na vida, você pode até encontrar o amor; é quase um milagre. O amor é como uma loteria, podemos jogar a vida toda e ganhar, ou não ganhar nunca. Mas se você tentar e não ganhar, não tem do que se arrepender. O que não tem perdão é ter encontrado o amor, ter tido essa sorte, e não te-la aproveitado.
Por que sofremos por amor? Porque ninguém se atira. Nós o que fazemos? Damos volta com bobagens, mas ninguém faz o que sente, ninguém se atira pelo que sente. Nós nos preocupamos com tudo, fundimos a viela, o motor, fazemos de tudo para que nos amem, mas é mais importante ser amado do que amar? O bobo que ama - como todos dizem -, não é mais feliz do que o esperto que quer ser amado?
Se o carburador fica sujo, quem ama ainda o alimenta contra tudo e todos, custe o que custar, o que ele quer é amar. Quando alguém legal ama, importa mais o outro que ele mesmo. Quando ama você faz qualquer sacríficio pelo outro, nada te deixa mais feliz que ver o outro feliz, e nada te deixa mais triste do que ver o outro triste. Quando ama, você ama ao ponto de renunciar o amor; por seu amor. E qual de nós faria isso? Porque nada nos basta, queremos que os outros renuciem tudo, que se sacrifiquem, que sejam os nossos heróis e se não forem quer dizer que não nos amam. Entenderam? Nada nos basta.
Quem ama não é uma besta grudenta como todos somos, que estamos sempre procurando por uma falhinha para dizermos: “viu? não me ama tanto assim, não me ama como eu mereço, não me ama até o infinito”. Porque o amor é se entregar, é o outro ser mais importante que você. Vamos agora com uma mão no coração, qual de nós pode dizer que o cara que ela - ou vice e versa -, diz amar é mais importante que ela? Pois aplaudo então quem se atira, porque amar é amar; e não ser amado.  

domingo, 4 de dezembro de 2011

Carta de uma ex-suicida

Postado por Bruna Cristine às 16:13 0 comentários
Tirou da primeira gaveta do criado mudo as folhas guardadas, folheou e olhou de relance todos seus rascunhos, podia até sentir sua respiração pesada quando passava por alguma delas. Tomou para si um lápis e começou rabiscar, suas palavras não pareciam tão clichês, havia linhas tortas e suspiros por toda ela. A seguir palavras dela:
Nunca soube me desviar da dor de forma correta, ultimamente fazer isso tem se tornado uma longa jornada. Em meu passado não tão distante, usava de um instrumento prateado e afiado para transparecer as cicatrizes que haviam por dentro, enquanto as palavras ácidas caíam sobre mim, eu me dilacerava por fora. Aos poucos a dor se fez parte do cotidiano, continuei a caminhando para a beira d’loucura, me afundei em mágoas e sentimentos depreciativos. Não me recordo de quem fez tal ato heroíco ao me salvar de mim mesma, mas agradeço por mais que eu esteja me afundando novamente. A dor voltou a se acomodar novamente e seu incomodo parece ter se duplicado, voltei a usar ferramentas afiadas para afasta-lá, porém só as sinto mais vivas dentro de mim. Quisera eu parar com todo esse meu desespero, mas se tornou um ciclo vicioso que não tenho a miníma idéia de onde vai parar. Não é como se eu quisesse impor a mim mesma; parei ou; nunca mais vai haver feridas expostas - simplismente não se consegue tão fácil. Ao som da banda Queen, me despeço cantando o meu refrão agora tão querido: Save me, save me, save me i can’t face this life alone. Save me, save me, save me i’m naked and i’m far from home. Each night I cry…’Dobrou então a folha e a guardou com um pesar grande, sua respiração era pesada e as lágrimas que a acompanhavam cortavam o coração. Deitou-se sobre a cama, fechou o olhos e adormeceu para esquecer de tudo por apenas algumas horas.

Um silêncio de distância

Postado por Bruna Cristine às 15:56 0 comentários
Queria dizer a ele - ela repetiu em praticamente  em todos seus pensamentos. Na verdade, ela engolia todas as palavras, já digo de passagem que palavras doces ela escondia, havia tanto amor. Mas escondia seus sentimentos como criança se esconde debaixo do cobertar pro bicho papão não pegar. Havia medo e insegurança, sabemos que no amor o inesperado acontece, mas quão doce são belas surpresas, não acha?
Queria mostrar a ela - disse o garoto que só presenciava o amor, nunca o havia sentido. Pura tolice, pois o amor deveria ser algo natural, leve, deveria saber por si só que atitude era o que lhe faltava, que arriscar era essencial. Mal sabia que  seu o amor lhe esperava, queria apenas uma palavra, talvez uma frase, ou nada. Era somente um gesto e ela seria sua pra sempre. Talvez o medo fosse algo contagiante sobre os que amam, mas diante de tais dúvidas entre ambos, só havia uma única certeza, o silêncio era o que os separava.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Última carta

Postado por Bruna Cristine às 06:35 0 comentários
Por favor, eu sei que já está terminado, mas deixe-me dizer umas últimas palavras.
Preciso dizer que esse último adeus não causou feridas, mas dilacerou-me por inteira. Não seria fácil, eu sabia desde o começo. Não teria futuro, eu sabia desde o começo. Ia ser doloroso, eu sabia desde o começo.  Negligência minha deixar que me hipnotizasse  desse jeito, pois não percebia os avisos que meu coração - que pela primeira vez concordara com a razão - dera e mesmo assim não dei resposta. Ignorei, fingi não ser importante, eu quis assim. Mas me responda, você faria mesmo, certo? Dei continuidade ao sentimento, alimentei-me de forma voraz e me senti leve. Eu temia o amor, fazia dele um monstro de sete cabeças. Então, suave quase imperceptível, você com seu jeito doce desfez toda aquela má interpretação sobre o amor, pra falar a verdade depois disso até as cores ficaram mais vivídas. Chega de blabla, você mudou-me por completa e me transformou em algo que nunca imaginara, nem mesmo em sonhos. Agora digo adeus com um certo pesar, pois queria-te por inteiro, queria mais doce. Vou chorar eu sei, mas ainda vou guardar o lado esquerdo da cama pra quando quiser voltar, mas já digo de antemão que não quero mais passagens de ida, venha tendo certeza de quer ficar. Te espero não importa o tempo. O vazio irá fazer companhia, mas vou carregar a lembrança do teu sorriso, ele me conduzirá.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Palavras Desconexas

Postado por Bruna Cristine às 05:26 0 comentários
As lágrimas já estão presentes, marcando a presença em mais uma confissão desesperada sobre a dor. Torne-se menos doloroso - pedi a Deus. Não precisei olhar no espelho e ver meu reflexo, eu sabia que as coisas não estavam indo bem. Só havia palavras vazias que não denotavam sentido algum, eu tentava, mas era falha. Pois é, queria falar que está tudo confuso, que meu coração não aguenta tanta dor e tanta mágoa. As coisas não estão fáceis, porque até pra pisar no chão doí. Não consigo, eu repeti cansada de tentar dar explicações. Busquei, juro, nas mais simples palavras explicar que não é fácil, nunca foi e que amar era pra gente forte. Eu não consigo mais amar, não aguento a dor - disse a Deus em mais uma súplica. Então desisti, desisti de amar, de caminhar, desisti de mim mesma, desisti de tudo.
Existo
, mais do que isso tornou-se impossível.

sábado, 6 de agosto de 2011

In devaneios noturnos 01

Postado por Bruna Cristine às 13:20 0 comentários

Quando eu notei já tinha rabiscado seu nome no canto do meu caderno e feito corações ao redor dele. Por que eu estou fazendo isso? pensava tentando desviar os meus pensamentos. Talvez sua voz tenha se tornado doce demais com o tempo, talvez meus sorrisos tenham ficado mais fáceis, talvez suas palavras tenham se mostrado mais sólidas. Desejo-te constantemente nos sonhos, consciência travessa que me prega diversas peças despertando os mais profundos desejos. Continua dormente, eu falei baixinho. Porque a minha mente chegara a conclusão que o talvez, não existira. Sua voz era realmente doce, meus sorrisos eram teus, tuas palavras foram sempre firmes. Continua dormente, a razão dava seu recado ao coração. Não que ele fosse atendê-lo, só desejo não era o suficiente. Rabisquei, dobrei e guardei a folha dentro dos daqueles livros que nunca iria ler, só pra evitar recaídas futuras.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Marcadas

Postado por Bruna Cristine às 19:25 0 comentários

Entre as borradas palavras no meu caderno e meu sorriso efusivo, me corre a lembrança um passado não tão distante, um tão doce e terno que me aconchego, pensando ser aquele travesseiro de plumas que você costumava carregar. Um pouco de café por favor, era um sábado com diversas nuvens e o café que costumavamos frequentar estava vazio em comparação aos outros dias. Você sorria enquanto acidentalmente eu me lambusava com chocolate, seus olhos pecorriam o andar de todos que passavam através do vidro, poucos passavam e mantinham um andar despreocupado, como invejava certa liberdade. Em meio jornais, beijos doces, uma xícara de café e um capuccino, eu mantinha meu olhar sobre cada gesto seu, e admirava cada detalhe por menor que fosse.
Era tarde
, já sentia sua ausência na casa, no banco do café, nas noites estreladas, nas madrugadas interminavéis, no vazio da cama e no travesseiro que já não era nosso companheiro. Em papéis registrei as mais sinceras palavras e as lembranças mais dolorosas que pude recolher, deixei dobrada no canto da escravaninha esperando que as feridas secassem tão rápido quanto as lágrimas marcadas nela.
 

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