segunda-feira, 11 de julho de 2011

Marcadas

Postado por Bruna Cristine às 19:25 0 comentários

Entre as borradas palavras no meu caderno e meu sorriso efusivo, me corre a lembrança um passado não tão distante, um tão doce e terno que me aconchego, pensando ser aquele travesseiro de plumas que você costumava carregar. Um pouco de café por favor, era um sábado com diversas nuvens e o café que costumavamos frequentar estava vazio em comparação aos outros dias. Você sorria enquanto acidentalmente eu me lambusava com chocolate, seus olhos pecorriam o andar de todos que passavam através do vidro, poucos passavam e mantinham um andar despreocupado, como invejava certa liberdade. Em meio jornais, beijos doces, uma xícara de café e um capuccino, eu mantinha meu olhar sobre cada gesto seu, e admirava cada detalhe por menor que fosse.
Era tarde
, já sentia sua ausência na casa, no banco do café, nas noites estreladas, nas madrugadas interminavéis, no vazio da cama e no travesseiro que já não era nosso companheiro. Em papéis registrei as mais sinceras palavras e as lembranças mais dolorosas que pude recolher, deixei dobrada no canto da escravaninha esperando que as feridas secassem tão rápido quanto as lágrimas marcadas nela.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dolorosas companhias

Postado por Bruna Cristine às 08:28 0 comentários

Dor não era só palavra, era meu cotidiano. Nunca mandava avisos sobre sua vinda, e foram raras, talvez nunca, ela tivesse feito um intervalo em minha vida. Em suas aparições repentinas convidados especias também davam a honra de sua presença. A saudade era a mais devastadora de todas, trazendo consigo todas as lembranças que deixei no esquecimento, parecia mais viva, mais colorida, algumas vezes cheguei á duvidar se poderia tocar de tão vividas que se mostravam. Mágoas se mostravam afiadas como um espada, cortando-me em pedaços, dilacerando meu interior. Meus pensamentos já eram confusos e desconexos, nada mais fazia sentido. Deitei minha cabeça sobre o travesseiro, deixando cair as lágrimas que guardei todo esse tempo. Entre os soluços descontrolados, me vi afundando na solidão, tinha sido constante. Agora era definitivo.
 

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